Guga Machado

Guga Machado
 

Guga Machado

*texto publicado, integralmente, como o original. 
 
 
Experiente, o percussionista paulista teve seu primeiro contato com a música ainda aos 14 anos e não parou mais. Hoje, próximo de completar três décadas de vida, Guga Machado pode se orgulhar de ter dividido o palco com grandes talentos da música brasileira, caso de nomes com Thiago Petit, a banda de heavy metal Shaman e as revelações Filipe Catto e Paula Lima, além de uma enormidade de artistas que cruzaram seu trabalho com o talento de um músico capaz de transitar pelo funk, o jazz, a música eletrônica e onde seus olhos desejarem com grande facilidade.
 
E dessa experiência e paixão pela música nasceu Mafagafo Jazz, que tem seu título inspirado em um apelido dado pela amiga LanLan, ex-percussionista de Cássia Eller, que também participa do álbum em sua faixa-título.
 
Transitando por várias vertentes musicais, Guga Machado faz de sua percussão o coração de uma obra muito mais abrangente do que se percebe durante a primeira audição.
 
Desde a experimental Mafagafo Jazz até a faixa mais acessível do álbum, a ótima Luz (que traz os vocais de Jair Oliveira e Tabatha Fher), o trabalho de Guga Machado segue sempre em primeiro plano, rompendo com o infeliz paradigma de que em um álbum percussão há “somente de percussão”. Alternando muito bem o repertório e criando boas melodias, fica fácil transitar pelo smooth jazz de Moon #33 (que poderia muito bem figurar em algum álbum do Jamiroquai) e a música eletrônica em Lounge 01, uma das melhores do disco.
 
Instrumentos incomuns no cotidiado brasileiro, o hand drum, espécie de “bateria de mão” formado por um prato de bateria de ferro (também apelidado de Pan) dá o tom em Spirit Drums, assim como o didjeridoo, instrumento de sopro australiano comum na cultura aborígene. Essa atmosfera experimental surge pontualmente no repertório de Mafagafo Jazz, que guarda para seu final a surpreendente e bem realizada parceria entre Guga e Marcelo Magal em Manari, e a hipnótica mbira 420, que encerra o primeiro trabalho do percussionista paulista.
 
Anderson I. de Oliveira - Site Passagem de Som