KASTRUPISMO - O Novo Trabalho Autoral Do Percussionista Guilherme Kastrup - Publicação: 30 de agosto de 2013

KASTRUPISMO - O Novo Trabalho Autoral Do Percussionista Guilherme Kastrup - Publicação: 30 de agosto de 2013
 
 Música Para Ouvidos Livres
 
 

KASTRUPISMO por Arnaldo Antunes

Depois de anos contribuindo para o trabalho de outros artistas com seu talento de baterista, percussionista, programador e produtor; Guilherme Kastrup finalmente nos apresenta seu primeiro trabalho autoral — instrumental com pegada de canção, experimental mas saborosamente pop; música para ouvidos livres.
Construído com muitas edições, sequências, samples e programações, mas a partir de sons gravados (a maioria deles acústicos), Kastrupismo não soa como um disco eletrônico. Flui organicamente, entre riffs e ruídos, assobios e sopros, cordas e tambores. A estética da colagem lhe dá um caráter original que, conjugado à musicalidade espontânea dos fraseados e batuques, consegue nos embalar e surpreender a cada compasso.
A faixa Tá Maluco, Rapaz é um exemplo incrível de ousadia e inventividade, sobrepondo a gravação de um depoimento de Cartola a uma levada de samba meio entortado (que lembra TomZé), num procedimento semelhante ao usado por Brian Eno e David Byrne em My Life In the Bush of Ghosts, enquanto responde também, por outro caminho, às questões de Luiz Tatit sobre as inflexões da fala como princípio da canção.
A elegância das combinações instrumentais; as profundidades das mixagens; a sofisticação rítmica; a liberdade no cruzamento de gêneros; a riqueza de detalhes, dinâmicas, timbres — tudo se combina aqui para apresentar um disco original e envolvente, que dá vontade de escutar muitas e muitas vezes. Trilha para o filme da vida.
 
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CONFIRA NO PREVIEW UMA DAS FIAXAS DO CD:
 
            guilhermekastrup 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Guilherme Kastrup

Nascido na cidade do Rio de Janeiro, em março de 1969, o baterista, percussionista e produtor musical Guilherme Kastrup começou a se interessar por música na adolescência. Na época, encantou-se com o rock de Black Sabbath, Led Zeppelin e Deep Purple. Posteriormente, o contato com o som psicodélico do Pink Floyd, o Jazz, a Música Instrumental Brasileira de Naná Vasconcelos e Hermeto Pascoal e a MPB de Milton Nascimento e Gilberto Gil exerceram grande influência em sua música.
 
Em 1985 iniciou seus estudos musicais no Conservatório Villa-Lobos, no Rio de Janeiro. Na sequência, deu continuidade aos estudos na Faculdade de Música da Estácio de Sá e formou a banda Dança & Balança. O grupo misturava o som tradicional dos bailes brasileiros a arranjos bem elaborados e animava as gafieiras cariocas no inicio da década de 90.
 
Kastrup teve como professores os músicos Edgard Nunes Rocca (o Bituca), José Guedes e Marcos Suzano, grandes incentivadores de sua carreira. No ano de 1993 mudou-se para São Paulo e passou a se dedicar ao estudo de percussão popular com ênfase em músicas tradicionais como jongos, congados, moçambiques, cavalo marinho, bumba-boi e tambor de crioula. Foi envolto neste universo que o músico passou a trabalhar com ‘percuterias’ – sets híbridos que misturam linguagens e técnicas de bateria e percussão. Os estudos de percussão - nos anos 2000 - despertaram o interesse por 
tecnologia, percussão eletrônica, processos de gravação, microfonação, acústica, programas de gravação e edição. 
 
Kastrup montou, então, seu próprio estúdio e começou a atuar como produtor musical - principalmente de música popular brasileira - em trabalhos muito bemrecebidos pela crítica e pelo público, o que o levou a conquista de um espaço no cenário da música independente. Dentre suas produções: Volume 1 (Andréia Dias), Amor e outras Manias Crônicas (Badi Assad), De pés no chão (Márcia Castro), A Vontade Super Star (Bruno Morais).
 
Embora atuando como produtor musical, Kastrup sempre manteve seu trabalho como instrumentista. Participou de gravações de discos e turnês nacionais e internacionais de nomes como Chico César, Arnaldo Antunes, Gal Costa, Tom Zé, Zizi Possi, Adriana Calcanhoto, Jorge Drexler (Uruguai), Roberto Fonseca (Cuba), Tokiko Kato (Japão), Krishna Das (EUA), Zeca Baleiro, Vanessa da Matta e José Miguel Winsnik.
 
Desde 2007 o músico mantém - com a percussionista Simone Sou - o projeto SOUKAST. O duo é uma parceria de composição a partir de tambores tradicionais, objetos sonoros e elementos eletrônicos, constituindo a parafernália da ‘percuteria’ (instrumentos de percussão acoplados a um set desmembrado de uma bateria convencional) que conduz ao encontro de ritmos do mundo e texturas sonoras inspiradas na vivência da cultura popular brasileira.
Atualmente, Guilherme Kastrup mora em São Paulo, dirige o estúdio Toca do Tatu e está lançando seu primeiro CD autoral Kastrupismo.