Robertinho Silva

Robertinho Silva

 

Robertinho Silva

*texto publicado, integralmente, como o original.

 

Robertinho Silva nasceu no Realengo (Rio de Janeiro) no dia primeiro de junho de 1941. Muito jovem já começou a se interessar por música e aprendendo a tocar por conta própria, tanto que aos 15 anos já atuava em alguns bailes, estudando pelo método de Gene Krupa. Porém as festinhas não eram suficientes para Silva, e a partir da década de 60 procurou profissionalizar-se e deu início a sua carreira de fato como baterista de vários conjuntos, destacando-se o grupo Flamingo, do qual se desligou em 1962.

Em 1964, participou pela primeira vez de uma gravação em LP, era o disco cantor Cauby Peixoto lançado pela RCA. Daí em diante Silva criou reconhecimento como um dos melhores bateristas brasileiros, tocando e gravando com celebridades como Antônio Carlos Jobim, Airto Moreira, Wagner Tiso, Dori Caymmi e Gilberto Gil. Ainda na década de 60, mais precisamente em 1969 conheceu Milton Nascimento, com quem toca desde então. Mais tarde participou da Impacto 8, uma banda de baile organizada por Raul de Souza. Nesse período (1969 a 1972) exerceu a função como baterista e percussionista em shows de Milton Nascimento, Taiguara, Gal Costa, Roberto Carlos, Marcos Valle e Gilberto Gil, entre outros.

Participou do Midem em Cannes (França), em 1973, e do Festival de Jazz de Montreux (Suíça), no ano seguinte.

Nos anos 70 integrou e foi co-fundador od conjunto Som Imaginário, ao lado de Wagner Tiso, Luiz Alves e outros, onde permaneceu até 1974.

De 1974 a 1978, morou nos Estados Unidos, onde acompanhou Airto Moreira, Egberto Gismonti, Flora Purim, Milton Nascimento, Moacir Santos, Wayne Shorter, Carl Tjader, Peggy Lee, Shelly Manny, Sarah Vaughan, George Duke, Ron Carter e Egberto Gismonti.

Nessa mesma década tornou-se um dos percussionistas mais requisitados da MPB, tocando ao lado de Egberto Gismonti, hepteto de Paulo Moura, João Donato, Gilberto Gil, Toninho Horta, Gal Costa, João Bosco muitos outros. De 1974 a 78 viveu nos Estados Unidos, onde tocou com Wayne Shorter, Sarah Vaughan, George Duke, Moacyr Santos, Airto Moreira, Flora Purim, Egberto Gismonti, Ron Carter e outros artistas.

Seu primeiro álbum como líder foi Musica Popular Brasileira Contemporânea, para a Philips brasileira. Ele gravou o primeiro álbum solo na série de Música Brasileira Popular Contemporânea em 1981 (Polygram), tendo como convidados Raul de Souza e Egberto Gismonti. Em 1984, ele gravou" Bateria", seguido de "Bodas de Prata" (1989), "Fale Nenhum Mau" (1991) e no ano seguinte, gravou, com Mauro Senise, o LP "Alquimia" e em 1984, lançou o LP "Bateria".

No ano seguinte, gravou, com Luiz Eça e Luiz Alves, o LP "Triângulo".

Nos Estados Unidos ele gravou em 1991,"Shot On Goal" (distribuído no Brasil em 1995 com o título "Perigo de Gol") e em 1994, "Speak No Evil" (este contou com a participação de Mauro Senise (flauta e sax), José Roberto Bertrami (piano e sintetizador), Luis Alves (contrabaixo), Dario Galante (teclados), Luizão Paiva (teclados), João Batista (baixo elétrico), Arismar (baixo elétrico), Zé Nogueira (sax), Túlio Mourão (teclados), Nivaldo Ornelas (sax), Hugo Fattoruso (piano e sintetizador), Renan Penedo (guitarra), João Batista (baixo elétrico), Fernando Moraes (teclados), Ademir Candido (guitarra), Arthur Maia (baixo elétrico), Sidinho Moreira (percussão), além de seus filhos Ronaldo Silva (percussão) e Wanderlei Silva (percussão).

Nos anos 90, Silva criou sua própria banda, Robertinho Silva e Família, que inclui seus filhos Ronaldo e Vanderlei, ambos percussionistas. Em 1997, ele criou o Centro Percussão Alternativo Robertinho Silva, no Rio de Janeiro, tendo parte da sua agenda ocupada com seminários sobre bateria e percussão. Seu último álbum é "Mistura Brasileira", lançado em 2004.

Em 1997, fundou o Centro de Percussão Alternativo Robertinho Silva, localizado no Rio de Janeiro.

Em 2000, lançou, com Ney Conceição, o CD "Jaquedu".

Em 2008, gravou, com Raul de Souza, João Donato e Luiz Alves, o CD "Bossa eterna", que teve show de lançamento no Mistura Fina (RJ). Nesse mesmo ano, apresentou-se, novamente ao lado de Raul de Souza, João Donato e Luiz Alves, no projeto "Sarau da Pedra", realizado pela Repsol no Instituto Cultural Cravo Albin, com produção de Heloisa Tapajós e Andrea Noronha.

Tudo esse currículo faz de Robertinho Silva um dos maiores nomes do instrumento que trabalha; além de tocar quase tudo (seja na percussão e/ou na bateria) Robertinho, é um dos músicos mais cosmopolitas que se conhece, em se falando daqueles que vieram depois da geração Jobim/Gilberto. A prova disto está na sua participação em grandes festivais de música como New Port, Berlim, Free Jazz Festival, JVC New York, Montreaux, Midem e muitos outros.

Sua carreira inclui, não só gravações em estúdio, como apresentações ao lado de Milton Nascimento (com quem trabalhou por 26 anos), João Donato, Tom Jobim, Wayne Shoter, Paul Horn, George Duke, Egberto Gismonti, Airto Moreira, Flora Purin, Raul de Souza, Dori Caymmi, Calt Tjader, Sarah Vaughn, Gilberto Gil, João Bosco, Toninho Horta, Gal Costa, Nana Caymmi e Chico Buarque, dentre outros. Mais recentemente com Lisa Ono, Guilherme Vergueiro, Wanda Sá, Mônica Salmaso, o saxofonista Bud Shank e o guitarrista George Benson.

Possui um toque muito forte, dando um ritmo poderoso por detrás de uma variedade de tambores e de exóticos instrumentos de percussão brasileiros. Entre suas maiores influências americanas estão Art Blakey e Tony Williams, e do lado brasileiro estão Dom Um Romão e Edson Machado.

Atualmente Robertinho se dedica à carreira solo e à pesquisa dos ritmos folclóricos de todas as regiões do Brasil. Faz concertos, ministra cursos, oficinas, seminários e workshops sobre ritmos brasileiros para todo Brasil e Exterior. Realiza também trabalhos com “A Família Silva” composta por ele, o patriarca da família Silva e os filhos Ronaldo, Vanderlei, Pablo e Thiago. Desenvolve projetos com companhias de dança e teatro. Em breve Robertinho Silva lançará seu livro sobre os ritmos brasileiros com alguns cursos, Workshops e oficinas realizados.